quinta-feira, 15 de março de 2012

A planta

O desenho da planta da casa é uma etapa determinante no seguimento do projecto, o numero de divisões e anexos vai definir a filosofia a adoptar arquitectónicamente na casa.
Aqui, o que é mandatório neste projecto é a simplicidade e a correcta adequação de necessidades ás possibilidades.
Nas revistas de imobiliário é fácil encontrar moradias absolutamente maravilhosas, com centenas de metros quadrados, múltiplas divisões, anexos, ginásio, piscina , etc. E estes projectos enchem o olho, mas não me cativam pois acho-os desadequados ás necessidades quotidianas de alguém que se inclui na classe média-baixa.
Assim, este projecto define-se por um acerto das minhas necessidades reais para uma habitação, que confira um certo grau de conforto e bem estar, sem colidir com uma construção sustentável e principalmente equilibrada.


Aquando do desenho da planta deve-se ter em mente quais as divisões e o seu numero a incluir na casa:


Nº de pisos
Nº de quartos
Escritório
Sala
Cozinha
Dispensa
Escadas
Wc's
Cave
Anexos
Garagem
Piscina
Varandas


A inclusão ou não destas divisões no projecto deve ser pensada exaustivamente, pois uma má projecção, por defeito ou por excesso podem debilitar o conforto e habitabilidade da casa.
O meu método de concepção foi tentar perceber primeiramente quais as divisões de que poderia prescindir, quer por serem desadequadas ás minhas necessidades, quer pelo custo beneficio de as incluir no projecto não ser compensador.
E nesse âmbito é um exercício absolutamente pessoal, onde se reflectem a personalidade e estilo de vida de cada um, mas que no meu caso passou por equacionar as perspectivas de utilização de determinada divisão e descobrir se seria mesmo útil te-las na minha casa.
De facto, as primeiras baixas foram imediatas, e ficaram de fora a garagem, a piscina, os anexos, as varandas e a cave.
Aos olhos dos entendidos poder-se-á dizer que esta minha selecção é exagerada  e que estou a corromper a  identidade e o conceito de uma moradia , mas simplesmente estou a excluir partes que não sendo absolutamente indispensáveis não devem engordar o orçamento que sofre de anorexia nervosa.
Mas devo uma explicação para esta purga, e no que diz respeito à garagem, para além de ser um elemento inestético na grande parte das moradias, a meu ver o carro não precisa de uma casinha , pois foi pensado e construído para resistir aos elementos. A piscina não é uma verdadeira exclusão, pois não pretendo a construção fixa de uma piscina, mas antes e no futuro, a colocação de uma piscina de superfície que tem a fracção do preço das convencionais e dispõe actualmente de soluções muito interessantes.
As varandas numa moradia não fazem muito sentido, a não ser que tenha vista privilegiada para o mar, rio ou outro ponto de elevado interesse, pois a vivência numa vivenda faz-se ao nível do jardim e do logradouro, pelo que a existência de varandas com o propósito que não o estético são de evitar, pois aumentam o custo de construção e são sempre pontos de fragilidade no isolamento da casa. A cave foi a decisão mais difícil pois a polivalência da cave confunde a razoabilidade, mas embora reconheça as enormes potencialidades de um espaço deste tipo, não é ,e não prevejo que o seja no futuro, uma solução económica para armazenamento ou diversão.


Assim, e subtraindo estes componentes do projecto, tornando-o mais magro e sintético,  posso centrar-me no que realmente é importante, e dedicar a minha atenção aos espaços que entendo essenciais numa moradia.


A moradia será do tipo V4, com 3 quartos e um escritório,3 wc's,  uma cozinha e a sala de estar e de jantar, divididos por dois pisos, totalizando cerca de 250m2 de área total.


Este é-me o pacote mais equilibrado, pois restringe ao essencial as divisões da casa, cortando no que é menos funcional para garantir o respeito pelo orçamento reduzido mas também pelo imperioso critério que designa este projecto pela simplicidade e  sustentabilidade.



Sem comentários:

Enviar um comentário